domingo, 3 de agosto de 2008

"TE APRESENTO A PEDRA!
O distraído nela tropeçou...
O bruto a usou como projétil;
O empreendedor, usando-a, construiu;
O camponês, cansado da vida, dela fez assento;
Para meninos, foi brinquedo;
Drummond a poetizou;
Já, Davi matou Golias;
e Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura.
Em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra..."

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ideal

O ideal do homem é superar o próprio pensamento.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A ampulheta do velho sonhador

O velho pegou a ampulheta com a mão esquerda. Agora que ele a segurava eu prestava mais atenção nas formas dela do que das outras vezes. Mesmo tendo me intrigado tanto, mesmo com aquele mistério todo eu nunca tinha reparado nos seus detalhes. Ela parecia tão velha quanto o tempo que contava. Não estava suja, mas a forma do vidro, os pequenos entalhes na madeira pareciam vir de um passado em que coisas fabulosas deixavam pegadas na terra. Até mesmo a areia parecia mais antiga, mais preciosa, mais...repleta.
Olhei para o rosto daquele velho sonhador e ele estava tão solene que o tempo parou. Não dá para explicar como sabemos quando o tempo para, mas dá para sentir. Tudo fica parado e algo dentro da gente começa a funcionar de maneira diferente. Talvez nós pensemos muito mais rápido e pareça que o resto do mundo é lento ou talvez pensemos com tanta clareza que o silêncio sozinho basta para parar o tempo. O fato é que o tempo parou e aqueles segundos seguraram toda a mecânica das horas só para eu prestar atenção naquele momento.
O sonhador esperou o tempo voltar e girou a ampulheta (não teria sentido girar uma ampulheta em um lugar sem tempo). Os grãos de areia não precisaram de nem mais uma palavra para fazer o que faziam há tanto tempo, pular uns por cima dos outros naquela corrida caótica para o pequeno buraco onde poucos podiam atravessar de cada vez. O engraçado ou o triste é que após todos terem passado eles só estariam em um lugar idêntico ao anterior, uma outra cápsula de vidro com um buraco no topo. Será que só eu acho isso sem sentido?
Eu já conhecia muito bem aquele leve murmurar da areia quando se movia. Aquele antigo sonzinho que nos daria sono se não girássemos a ampulheta para motivos tão importantes como o tempo. Era para ser tudo bem familiar, mas tive que piscar os olhos alguma vezes para acreditar no que estava vendo.
A areia estava escapando pelo fundo da ampulheta, não estava se acumulando no fundo como de costume. Fugia por não sei que buraco e não caia simplesmente no chão. A areia era levada por alguma brisa e se perdia por aí, fazendo um ultimo leve som ao tocar no chão aos pés do sonhador.
Minha primeira reação foi avisá-lo, avisar ao velho que sua ampulheta estava quebrada, mas pelo rosto dele, sempre tão expressivo, com ou sem palavras, eu vi que era tudo planejado. Mesmo que a areia estivesse perdida para sempre, o velho sonhador não se importaria.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

É um novo mundo

É um novo mundo de aventuras!
Onde o perigo é bem maior!
É uma nova jornada, com novas emoções.
Mas ainda temos que pegar...pra ser dos mestres o melhor!
Tchuru tchutchuru
Todo mundo quer ser um mestre!
Todo mundo quer mostrar que é bom!
Todo mundo quer sair na frente!
Na batalha ser um campeão!
Tchuntcha
Sempre fazendo a coisa certa.
Na frente um passo uma meta.
É um novo mundo de aventuras!
Onde o perigo é bem maior!
É uma nova jornada com novas emoções!
Mas aidna temos que pegar...

Pra ser dos mestres o melhor.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Yahiko?

Outro dia aconteceu uma coisa muito esquisita... Tá coisas esquisitas acontecem com uma certa frequência na minha vida, mas tudo bem. Eu estava vendo um dos vídeos do meu orkut, o vídeo do amakakeru Ryu na hira meki, aquele que tem escrito "dê um passo para a frente e ame a vida", para quem não viu eu sugiro que vejam, e, no meio do vídeo, quando Kenshin relembra as pessoas da vida dele, o vídeo travou. Não é uma coisa tão impressionante assim o vídeo travar, minha internet não é muito rápida, mas travou exatamente na imagem do Yahiko. Eu que acredito em providencia divina e essas coisas pensei: "Rá! Dessa vez Deus mandou mal, travou na imagem do Yahiko e o Yahiko não vai me trazer nenhuma mensagem transcedental. É o Yahiko, aquele personagem que só treina o tempo todo que não faz nada e quando faz não deveria fazer. Porque será que o Yahiko treina tanto?" Foi o que perguntei e a resposta veio automáticamente. "Por que ele faz o que ele quer." O querer... Esta no contrato universal de todos os seres: "Todo o ser tem o direito de escolher" Podem ler lá. Um insight com o Yahiko. Quem diria...

sábado, 7 de julho de 2007

Mudança

- Sinto que daqui a pouco tudo vai acabar. Em breve estarei em outro lugar. E não haverá mais Leibniz nem estudos sem sentido. Tudo vai ser diferente.
- Eu também senti isso. Quando estava no ensinomédio tudo ia ser perfeito quado o ensino médio acabasse. Mas não foi. Depois tudo ia ser perfeito no intercâmbio. Mas não foi. Então seria quando eu voltasse do intercâmbio, quando entrasse na USP...mas este momento nunca chega. A vida tem a dor, é inevitável e você vai ter que lidar com isso.
"Numa coisa que acho que você esta certo. O ultimo passo não pode estar ali na esquina. Porque nós nunca chegamos na esquina. Sempre falta um pouco, mais um pouco...e então falta muito. O ultimo passo tem que ser agora. Mas eu acredito na felicidade. No fim das espectativas. No início do além. Com luta e talvez com dor, mas também com felicidade e harmonia."

sexta-feira, 6 de julho de 2007

A vela

Acendi uma vela e coloquei na mesa de cabeceira. Todas as luzes do quarto estavam apagadas. Então me deitei na cama e fiquei olhando para o teto. A luz da vela fazia uma sombra enorme do meu abajour. E eu fiquei olhando para aquela sombra gigante...e reparei que ela se mexia. Ia um pouco pra lá, um pouco para cá,... Era a chama da vela que dançava com um vento desconhecido e não deixava a sombra em paz. Achei bonito ver uma sombra tão grande e tão nítida fazendo pequenos movimentos. E aquela sombra enorme que ocupava toda a minha visão era manipulada por uma pequena chama. Toda a minha visão nas mãos de uma vela. Vela que tremia até com a minha respiração. "Não há banda, there is no band, no hay banda,...Silêncio..."

Então eu soprei a vela. Ela não apagou. Soprei de novo. Ainda assim ela não apagou. Então soprei mais uma vez. Então apagou.